sexta-feira, 25 de outubro de 2019

111-AFÃ

111-AFÃ

A teu lado fico tenso
E no tempo ao qual pertenço
Em nada mais penso
De tudo esqueço
Então, adormeço a fingir que aqui estais
Não sei o que acontece 
Mas, queria me teleportar 
Para os teus braços 
De onde outrora não quis sair
Poesia, falso portal a que me apego
Estou ficando melodramático
Degradê
Demodê
Um poeta piegas 
Que vê esculturas gregas 
Para compor
Preterindo os quadros de Magritte e Rubens
Procrastinando as belas sinfonias de Chopin
Sem tua boca 
A literatura fenece a manhã 
E a madrugada já não apazígua
É ínfima sinopse
Pareço demente sem o teu sorriso
Acho que preciso do teu olhar 
Para clarear meu dia 
E enegrecer minha noite
Ver passar as horas 
Sem o açoite da solidão ferina e perene 
Que devasta a animação 
Dos seres mais imbatíveis
E fazer sumir esse indecifrável afã terrível 
Que corrói cada sinapse 
E filamento neural 
Sem propósito
Pior que sofrer uma lobotomia

Ateu Poeta
17-02-2011

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