111-AFÃ
A teu lado fico tenso
E no tempo ao qual pertenço
Em nada mais penso
De tudo esqueço
Então, adormeço a fingir que aqui estais
Não sei o que acontece
Mas, queria me teleportar
Para os teus braços
De onde outrora não quis sair
Poesia, falso portal a que me apego
Estou ficando melodramático
Degradê
Demodê
Um poeta piegas
Que vê esculturas gregas
Para compor
Preterindo os quadros de Magritte e Rubens
Procrastinando as belas sinfonias de Chopin
Sem tua boca
A literatura fenece a manhã
E a madrugada já não apazígua
É ínfima sinopse
Pareço demente sem o teu sorriso
Acho que preciso do teu olhar
Para clarear meu dia
E enegrecer minha noite
Ver passar as horas
Sem o açoite da solidão ferina e perene
Que devasta a animação
Dos seres mais imbatíveis
E fazer sumir esse indecifrável afã terrível
Que corrói cada sinapse
E filamento neural
Sem propósito
Pior que sofrer uma lobotomia
Ateu Poeta
17-02-2011
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